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SGC #189 - Não tenha Misericórdia, uma analogia com o exemplo de Roy Mustang


“Você disse: ‘é necessário mais do que isso para me matar’, não é? Então eu vou continuar te matando até você morrer!” (Roy Mustang)

Essa citação de Roy Mustang pode parecer um pleonasmo, porém, a realidade é que não é bem assim. Ele estava enfrentando uma inimiga poderosa com uma habilidade de regeneração que era capaz de recuperar até mesmo ferimentos que seriam mortais para uma pessoa comum, matá-la uma vez não seria o suficiente para derrotá-la, então Roy decidiu continuar a matá-la até que ela estivesse morta de uma vez por todas. Algo interessante para mencionar é que Mustang, mesmo ferido e com muita dor por causa de um combate anterior, não hesitou em enfrentar esta inimiga e, sem misericórdia alguma, continuou incinerando o corpo dela repetidamente até finalmente sair vitorioso e, com este exemplo, podemos ilustrar algo relevante da vida cristã.

A inimiga de quem eu falei anteriormente era uma “homúnculo” conhecida como Luxúria, que costuma ser um pecado cometido por muitos de nossa geração, e isto é bem relevante para a analogia que quero fazer quando digo para você não ter misericórdia. Não estou falando simplesmente de qualquer inimigo e sim do mais terrível deles, o único que é capaz de te arrastar para o inferno, o pecado. E o pecado, assim como a Luxúria do anime Full Metal Alchemist, tem uma incrível habilidade de regeneração, sim, você pode matá-lo hoje e incinerar o seu corpo até virar cinzas, porém amanhã ele pode estar totalmente restaurado, talvez ainda mais forte do que hoje ou, em alguns casos, não é necessário esperar nem sequer um dia, você pode matá-lo agora e daqui a pouco ele está de pé novamente pronto para tentar te destruir.

Assim como foi com Mustang diante da Luxúria, nós não devemos hesitar, mesmo que doa, e devemos continuar atacando o pecado até que ele finalmente esteja morto de uma vez por todas. No entanto, tenho uma triste notícia para te dar, o seu pecado só será sepultado de uma vez por todas quando você também morrer. A luta contra o pecado é diária e durará até o fim da nossa vida terrena, mas não devemos desanimar e desistir de enfrentá-lo, precisamos combatê-lo sempre que possível. Mesmo que pareça tão  pequeno e tão insignificante tem força suficiente para arrastar uma alma para o inferno se não houver arrependimento genuíno e total entrega a Deus, de forma que as velhas práticas sejam deixadas de lado. Além disto, como bem disse Charles Spurgeon, “pequenos pecados são como pequenos ladrões, abrem as portas para os maiores”, às vezes começam com “poucas gotas”, mas quando a pessoa menos espera já se tornou um oceano de iniquidades.

Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou” (Rm 7:11)

Muitos querem paz, e o mundo ensina sobre uma falsa paz de espírito, que é aquela que conseguimos ao estarmos em paz com o pecado. Você só sente a verdadeira força da correnteza quando tenta ir contra ela, todavia muitos não gostam deste desconforto que é ir contra a correnteza dos desejos pecaminosos de seus corações e, por conta disto, resolvem seguir na direção do vento e fazem um acordo de paz com o pecado e assim pecam de novo e de novo, permanecendo tranquilos e em paz, pois se tornaram amigos do mundo e do pecado. Entretanto não percebem o quão perigoso isto é, não percebem que foram enganados por um inimigo cruel, um inimigo que engana para poder matar. Infelizmente muitos só darão conta do engano quando for tarde demais, quando sua alma for lançada ao inferno por toda a eternidade. Estejamos atentos e permaneçamos lutando contra este poderoso inimigo, sem misericórdia, sem acordos de paz enquanto houver fôlego de vida. Diante do menor sinal de pecado ataque-o até derrotá-lo, ataque-o até ter certeza que está morto. Não vacile, existe uma estratégia usada no mundo animal que é comumente usada pelo pecado, ele finge-se de “morto” muitas vezes, fazendo você acreditar que saiu vitorioso, quando na verdade está simplesmente te fazendo ganhar confiança para se descuidar e ser atacado de surpresa. Um exemplo simples, o orgulho, é um pecado e muitos, por acharem que estão saindo mais vitoriosos contra o pecado do que seus irmãos, podem começar a se orgulhar, se considerar melhor que os outros e assim o pecado, com “algumas derrotas”, na verdade, acabou conseguindo vencer aquela pessoa, conquistando-a através de outro pecado.

Você pode até ter misericórdia do pecado, mas não espere reciprocidade, não se iluda achando que ele terá misericórdia de você, ele não tem misericórdia de ninguém. Diariamente o relógio da vida de muitos chega ao fim e o pecado triunfa sobre eles, contudo espero eu que, pela misericórdia de Deus, você não seja mais um destes. Combata o bom combate, guarde a fé e não se renda.

Quando se trata da guerra contra o pecado, deixe para descansar somente quando morrer, e não agora em vida. Não desanime, não desista, o pecado pode parecer belo e inofensivo e se apresentar à você com uma boa aparência, de forma parecida como Luxúria, que tinha a aparência exterior de uma mulher considerada bela por muitos, porém, isto não o torna menos mortal. É necessário estar ciente de que, como disse John Blanchard: “para o cristão esse mundo é uma arena não uma cadeira de balanço”. O mundo para nós é uma arena em que devemos estar constantemente lutando, e não uma cadeira de balanço para ficarmos nos divertindo de mãos dadas com o pecado. Enfim, para o pecado, que a sua reação sejam as mesmas de Mustang diante da Luxúria: “eu vou continuar te matando até você morrer”. Esta guerra contra o pecado nada mais é que a santificação, algo que deve ser recorrente na vida do cristão, pois, sem ela, ninguém verá a Deus.




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