“A morte a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” (Pv 18:21)
Nos tempos de escola existia uma “rixa” entre os marotos (grupo de quatro amigos da casa de Grifinória) e Severo Snape, e em determinado dia após muitas provocações e após ser humilhado publicamente Snape entrou em um acesso de fúria, que o levou a realizar aquilo que considero ser o seu maior arrependimento, uma garota, Lilian Evans tentou ajudá-lo, e ele a ofendeu dizendo também que não precisava de sua ajuda, pouco após isto ele se arrependeu e tentou pedir desculpas, mas era tarde demais, ela nunca o perdoou, e o grande problema aqui é que Lilian era não somente uma boa amiga para Snape como também era a mulher que ele amava, e para tristeza de Severo essa situação se tornou ainda pior para ele posteriormente, pois, Lilian se apaixonou e se casou com Tiago Potter, que era ninguém menos que o maroto que mais implicava com ele, mas enfim, o que importa analisar aqui é que as palavras de Snape tiveram consequências, tão grandes que acabaram durando até o fim de sua vida e é justamente sobre isto que venho trazer um alerta.
Existe alguns segmentos da Igreja tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, que prega uma falsa doutrina conhecida como “Confissão Positiva”, que ensina que as nossas palavras têm praticamente um “poder mágico”, de maneira geral eles estão errados, principalmente pelo fato de que praticamente “endeusam” as palavras de cada um, como se fossem capazes até mesmo de passar por cima da vontade do próprio Deus, porém, de igual forma estão errados aqueles que pensam que palavras não têm qualquer tipo de efeito, elas têm sim, podem servir tanto quanto um “bálsamo” para curar, quanto como um “veneno” para matar, sim, existem resultados e consequências de nossas palavras, um exemplo bíblico disto está nos dez espias medrosos, enquanto Josué e Calebe afirmaram a verdade, dizendo que a Terra para qual Deus os estava mandando era muito boa, e que deveriam permanecer confiantes em Deus, os demais ao invés disto exaltaram os moradores daquela terra como se fossem gigantes, ou seja, teriam que enfrentar inimigos poderosos para conquistá-la, e isto amedrontou o povo, como consequência disto, destas palavras, muitos morreram no deserto, no final de contas daquela geração que presenciou os milagres de Deus libertando o povo do Egito, somente Josué e Calebe puderam entrar na Terra Prometida.
Muitos hoje são como os dez espias, que trazem palavras desanimadoras de morte, pessoas que ao invés de exaltarem o nosso de Deus, e nos ajudar a confiarmos mais n’Ele, exaltam e engrandecem os homens e problemas em nosso caminho, levando muitos ao desânimo, e o pior de tudo é quando estes agindo como filhos de Satanás, propagam a mentira, enquanto Josué e Calebe afirmaram com verdade que aquela terra “mana leite e mel” (Nm 13:27), sendo assim uma terra boa, os demais afirmaram que era uma terra que “consome os seus moradores” (Nm 13:32), ou seja, uma terra ruim, de igual forma muitos espalham mentiras sobre diversas coisas, demonizando como ruins muitas coisas boas, e em muitos momentos também maquiando coisas ruins como boas, como o povo de Israel chegou a pensar também naquela época, muitos em diverso momento clamaram que melhor seria ter permanecido escravo no Egito do que ser liberto por Deus, o que é uma grande mentira!, e outra forma que o exemplo dos israelitas se assemelha com Snape é que posteriormente eles até tentaram se arrepender, e decidiram subir para aquela terra espiada, o problema é que era tarde demais, Deus já não lhes concederia a vitória, e assim, foram derrotados diante daqueles homens, infelizmente não é somente na ficção que o arrependimento só chega tarde demais.
Devemos constantemente buscar auxílio do Espírito Santo para dominarmos nossas línguas, pois, a morte que ela traz muitas vezes decorre de um momento mais “acalorado”, Snape normalmente não ofenderia Lilian, pois, como já disse ele a amava, de igual forma muitas das frases mais “mal ditas”, são ditas no calor do momento, aonde muitos de nós nos esquecemos de coisas importantes, assim como os israelitas se esqueceram de tudo de bom que Deus fez por eles, e focamos em coisas mais insignificantes, com relação às palavras é melhor maneira é a prevenção, sim, pois, não temos um “vira tempo” ou algo do tipo, para voltarmos no tempo e impedir que as palavras sejam ditas, depois de uma palavra ser lançada ao ar, não há como voltar atrás, teremos de lidar com as consequências e resultados dela, teremos que lidar com a morte ou com a vida que ela trará, acredito ser pertinente aqui um conselho do escritor de Provérbios “Quando se fala demais é certo que o pecado está presente, mas quem sabe controlar a língua é prudente.” (Pv 10:19 KJA) ou se preferir “Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os lábios é sábio.” (Pv 10:19 ACF), falar demais aumenta significativamente a chance de falarmos o que não deveríamos, se você é pretenso a se exaltar nas palavras, uma forma de lidar com isto é “moderar os lábios” e “controlar a língua”, ou seja, tentar falar menos, ao invés de falar qualquer coisa, pense se realmente vale a pena dizer aquilo ou não, é algo tão simples, mas que pode te evitar grandes problemas, já que falar sem pensar é a causa de muitas palavras de morte, mas mais uma vez ressalto que é necessário o auxílio do Espírito Santo para isto, não tente se controlar usando somente as suas próprias forças, você pode até pensar que está conseguindo, porém, quando menos esperar pode cair em uma armadilha por conta das palavras. “Mas nenhum homem pode dominar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” (Tg 1:8), Tiago primeiramente nos diz que se alguém controla a sua língua e não tropeça em palavra, este alguém é perfeito, porém, nós sabemos que o ser humano por si só não consegue ser perfeito, caso contrário o sacrifício de Cristo teria sido em vão, já que a necessidade de um salvador está justamente no fato do padrão para a salvação ser a perfeição, um padrão que nenhum de nós conseguiria alcançar por si mesmo, mas prosseguindo, ele logo revela que nenhum homem é capaz de dominar a língua, e é justamente aqui que o Espírito Santo entra, por si só é um fato que você não vai conseguir ao menos não de maneira perfeita, é necessário este auxílio para que nossas palavras sejam de vida como as de Josué e Calebe e não de morte como as dos outros espias.
Enfim, a lição que tento passar aqui é relativamente simples, porém, ainda sim é muito importante, muitos no mundo real certamente gostariam de não ter dito determinadas palavras, de não ter se exaltado e proferido palavras de morte como Snape fez, porém, muitas vezes o arrependimento mesmo que sincero não será suficiente, depois de uma palavra dita pode ser tarde demais, como já disse, mas vale a pena ainda ressaltar, a melhor forma de lidar nestes casos é com a prevenção, pois, muitas vezes é como uma doença que após adquirida é incurável (ao menos humanamente falando), a melhor forma de lidar é aprendendo a evitá-las ao invés de tentar consertá-las o estrago feito por elas após serem ditas, falar é uma das ações que quando feito por impulso que costuma ter as piores consequências, pense bem, antes de dizer alguma coisa, pense se realmente vale a pena dizer aquilo, tome muito cuidado para que sentimentos momentâneos te dominem e te levem a proferir palavras mortais, você pode não "matar" a pessoa para a qual as palavras foram ditas, mas com elas pode acabar matando amizades, famílias, sonhos entre outras coisas.
Saber frear a língua é amadurecer.
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