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SGC # 159 - Não se torne aquilo que te feriu, refletindo sobre o exemplo negativo de Barney Stinson

Barney Stinson é um dos personagens mais amados da série How I Met Your Mother, porém, como regra eu diria que ele passa longe de ser um bom exemplo para os cristãos, sim, durante parte considerável da série, Barney tratou mulheres como “números” (tanto é que ele tinha uma lista com o nome de cada uma das mulheres com quem já havia dormido), podemos dizer que Barney conquistava, fazia o que bem entendia e depois “jogava fora”, sem se importar muito com o sentimento destas mulheres, e é justamente esta razão pela qual não considero ele um exemplo bom para os cristãos, apesar dele ser quase que “idolatrado” por muita gente do mundo justamente por conta deste quesito, porém, existe algo sobre este assunto que pode gerar uma reflexão relevante para nós.

No passado Barney teve uma namorada que ele amou muito, ao contrário do Barney do futuro/presente, ele valorizava bastante aquela mulher, inclusive estava “se guardando” para ela, porém, surgiu um homem (que Barney pensava ser o pai daquela moça), que acabou “conquistando-a”, e fazendo com ela justamente o que Barney no futuro fez com muitas, “usou e jogou fora”, como se fosse uma coisa, e não uma pessoa, ou seja, enquanto Barney valorizava bastante ela, aquela moça acabou preferindo outra pessoa, que ao invés de valorizar só tinha a intenção de usá-la para saciar seus próprios desejos carnais, e é aqui que podemos perceber algo interessante, para o mundo, Barney “deu a volta por cima”, sendo capaz de superar isto, porém, o que ocorre é que Barney acabou se tornando justamente aquilo que o feriu.

Depois de ser ferido por alguém que tratava as mulheres como coisas, ao invés de pessoas, foi justamente isto que Barney se tornou, até mesmo o icônico fato dele estar constantemente vestindo um terno, foi imitando justamente aquele homem que “roubou sua namorada”, quem dera este tipo de coisa ocorresse somente na ficção, porém, no mundo real, muitas pessoas acabam passando justamente por isto, acabam se tornando aquilo que as feriu, e isto pode ser extremamente problemático, principalmente pelo fato de que muitas vezes o exemplo de quem nos fere, é um exemplo ruim (sim, existem coisas que nos ferem que são boas, tanto é que existe um versículo de Provérbios que fala sobre isto, mas muitas vezes o que, ou melhor dizendo, quem nos fere, é um exemplo ruim), esta lição que quero passar aqui, é uma das coisas mais difíceis do Evangelho e da vida, mas ainda sim, é algo importante, não se torne aquilo que te feriu.

Os cristãos ao longo dos séculos foram perseguidos por muita gente, porém, isto não quer dizer que seja uma boa ideia, quando tem a oportunidade de fazerem o mesmo, de perseguirem os outros também, Pedro e João depois de serem chicoteados por pregar o Evangelho não tinham a mentalidade de “se tivermos a oportunidade, vamos fazer isto também com os outros”, ao invés disto, eles se regozijaram por serem considerados dignos de sofrerem por causa do evangelho, Jesus na cruz pedia que Deus perdoasse aquelas pessoas, que estavam fazendo aquilo com Ele, pois, não sabiam o que estavam fazendo, ao invés de ter a vontade de fazer com eles, com os outros, aquilo que estavam fazendo com Ele.

As nossas feridas, não nos devem guiar aos pecados, não, na verdade inclusive elas devem ser utilizadas para glória de Deus, como se do nosso sangue jorrasse graça, como se da nossa dor jorrasse o amor, esta é a mentalidade cristã, sim, e sobre este estilo de vida que Pedro escreveu “Procurem viver de maneira exemplar entre os que não creem. Assim, mesmo que eles os acusem de praticar o mal, verão seu comportamento correto e darão glória a Deus quando ele julgar o mundo.” (1 Pe 3:12), eu sei que muitas vezes é tentador agir da mesma forma que aqueles que nos feriram, principalmente quando isto ao menos aparentemente “dá certo”, como disse anteriormente para muitos no mundo, a forma de Barney agir foi uma maneira correta, “ele deu a volta por cima”, mas não é bem assim que as coisas realmente são, nem tudo o que dá certo, é também algo certo, antes de fazermos ou deixarmos de fazer algo o que devemos pensar não é se aquilo irá ter algum efeito ou resultado, e sim, se aquilo é certo ou errado, existem muitas coisas erradas que dão grandes resultados, porém, isto de maneira alguma justifica aquelas coisas tornando-as boas, elas continuam sendo reprováveis.

Infelizmente, muita gente não entende quão reprováveis são as atitudes de Barney tratando mulheres como “objetos sexuais”, o ser humano carrega em si a “Imago Dei”, ou de uma maneira mais simples, a imagem de Deus, e por conta disto deve ser não somente respeitado, como amado, nosso próximo não é uma “coisa” ou objeto que usamos para satisfazer nossas próprias vontades e depois descartamos quando estamos satisfeitos, ou quando perde a “utilidade” para nós, apesar do pecado que habita em cada um de nós, o ser humano deve ser valorizado, pois, como disse ele reflete a imagem de Deus, infelizmente o mundo trata pessoas como se fossem “brinquedos”, e aqui não falo somente sexualmente falando, como Barney fez, existem outras formas de usar os seres humanos como se fossem objetos para realizar nossos próprios desejos pecaminosos, um exemplo simples, são aqueles que “ajudam” o próximo, somente para ganhar fama, sem se importar nenhum pouco realmente com a situação do seu próximo, apesar de exteriormente fazerem algo que parece bom, na verdade estão pecando, cometendo o mal e usando as pessoas para seus próprios interesses pecaminosos.

Alguns podem pensar, que talvez este problema de usar os outros como objetos, seja algo distante, seja algo que só ocorre no mundo, porém, quem dera fosse, inclusive dentro da Igreja existem pessoas que cometem pecado, talvez até mesmo algum de vocês que esteja lendo este texto já tenha praticado isto, ou ainda continue praticando, se ainda pratica, pare o quanto antes, e se você “está de pé” tome cuidado para não cair, uma das coisas básicas do Evangelho é amar o nosso próximo, porém, duas coisas que não podem coexistir é amar o próximo e tratá-lo como objeto, ou você faz uma coisa ou você faz outra, se você trata seu próximo como “uma coisa” para satisfazer suas próprias vontades, pode ter certeza absoluta de que você não o está amando, ao menos não da forma como a Bíblia nos ensina, mas enfim, para encerrar mais uma vez alerto, não se torne aquilo que te feriu, ao menos não os exemplos negativos que nos ferem diariamente, que apesar do seu sofrimento você ao invés de buscar resultados, continue buscando fazer o que é certo, continue valorizando e amando o seu próximo e não o trate como um objeto, eu sei que isto muitas vezes é difícil, porém, Deus nos manda amar não somente as pessoas "amáveis", mas também as pessoas difíceis de amar, e se quisermos ser cristãos genuínos, devemos tentar fazer o que Deus manda, e não aquilo que o mundo ensina ser o correto.

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