Pular para o conteúdo principal

SGC #152 - Refletindo um pouco sobre heróis e vilões, bem e mal. Um Texto Crossover entre DC, Marvel e One Piece

Gênio, Bilionário, Filantropo e que veste uma armadura super tecnológica para enfrentar seus inimigos, ao ouvir esta descrição, muitos rapidamente a associarão a Tony Stark, mas o que muitos não sabem, é que as mesmas características se aplicam a um personagem da editora rival, Lex Luthor, porém, mesmo sendo semelhantes nestes pontos, os personagens diferem bastante num ponto crucial, enquanto Tony é um herói, o Homem de Ferro, Luthor é um vilão, um dos principais antagonistas das histórias do Superman e um dos maiores vilões do Universo DC. (Acho importante afirmar que, existem histórias em que Luthor é um herói, como em Injustice, e de igual forma existem histórias em que Tony é praticamente um vilão, como em Superior Iron Man, mas neste texto abordarei as versões mais conhecidas, ou seja, Tony como herói, e Lex como vilão)
A lição que quero trazer com este “crossover” é bem simples, que não são as qualidades ou o que ela tem, que irão tornar alguém um herói ou um vilão, não somente na ficção, como também no mundo real, existem “gênios”, porém, uma pessoa ser tão inteligente ao ponto de ser considera um gênio, não necessariamente quer dizer que ela seja uma boa pessoa, sim, existem aqueles que usam sua inteligência para fazer o bem, mas também existe o oposto, aqueles que a usam para o mal, a verdade é que a inteligência em si é boa, porém, infelizmente, assim como muitas coisas que originalmente são boas, o ser humano é capaz de corrompe-la e utilizá-la para o mal.
O mesmo que citei sobre a inteligência, posso citar também sobre o dinheiro, no mundo real também existem pessoas muito ricas, assim como os personagens citados neste texto, mas, o simples fato de ser rico não torna alguém bom ou ruim, e algo que é bom afirmar aqui é que, não é pecado ser rico, ao contrário do que alguns afirmam, o dinheiro em si não é ruim, o pecado está em amar o dinheiro, isto sim é a raiz de todos os males, mas prosseguindo, nem todo Bilionário vai ser tornar um Homem de Ferro ou Batman da vida, ou melhor dizendo, vai usar seu dinheiro para fazer o bem ao próximo, muitos usaram seu dinheiro para o mal, para seus próprios interesses pecaminosos, um exemplo simples, são aqueles que usam seu dinheiro para financiar guerras, guerras estas que muitas vezes ocorrem justamente para que eles consigam mais dinheiro, porém, ganância esta que acaba matando muitos inocentes.
A terceira característica citada é provavelmente aquela que mais causa confusão, primeiro deixe-me explicar, o que seria filantropia para aqueles não sabem, afinal de contas é uma palavra um tanto quanto difícil, filantropia nos casos em questão, de maneira simples seria praticar caridade, muitos iludidos acreditam que só porque alguém praticou boas obras, ao menos que aparentam ser boas aos nossos humanos falhos, que aquelas pessoas seriam boas, mas não é bem assim, muita gente se esquece que existem pessoas que fazem o certo pelo motivo errado, e assim mesmo que a obra pareça boa, ainda sim ela é pecaminosa, um exemplo simples são aqueles que fazem filantropia somente para se autopromover, em busca de aplausos e aprovação ao invés de fazê-las por realmente amarem o próximo, isto é bem errado, enfim, para uma obra ser realmente boa, ela precisa ter também sido prática com a motivação certa. (Nós devemos praticar boas obras, por amor ao próximo, sem esperar nada em troca, inclusive do próprio Deus, tem muita gente que pratica o bem com a intenção de “barganhar” com Deus e isto é bem errado também, o certo é que nossas obras sejam feitas para glorificar a Deus, e não com o intuito de negociar ou barganhar com Ele)
Sim, o que realmente define um herói, é aquilo que ele faz com o que ele tem, é aquilo que ele faz com as qualidades que Deus deu a ele, não importa se tem muito ou pouco, se é o melhor ou não naquela área, e sim, se ele usa com as motivações certas para o bem, melhor é ter pouca inteligência, e ser sábio de utilizá-la para o bem, do que ser um gênio e utilizar esta genialidade para o mal, melhor é ter pouco dinheiro e entender que é melhor dar do que receber (Atos 20:35) do que ser rico e ser ganancioso e egoísta utilizando todo seu dinheiro só com seus próprios interesses, melhor é fazer pouco, mas fazer com a motivação correta, do que fazer muito motivado por desejos pecaminosos, sim, posso aliar os dois últimos momentos, a oferta da viúva, ela tinha pouco, mas ainda sim, ofertou, deu algumas poucas moedas, mas fez isto com a motivação correta, e por conta disto, esta pequena oferta, para Deus é infinitamente mais valiosa do que aqueles que dão grandes fortunas mas guiados pela motivação errada.


Importante, afirmar que seres humanos são falhos tanto na ficção quanto no mundo real, não é porque um herói falhou em determinados pontos que necessariamente ele se tornou um vilão, da mesma forma não é porque um cristão errou, que ele deixou de ser cristão, é normal errar, mesmo heróis irão em determinados momentos fazer o certo com a motivação errada, isto infelizmente é normal da natureza humana, nós como cristãos devemos fazer tudo para a glória de Deus, mas eu te pergunto, nesta última semana, tudo que você fez foi realmente para a glória de Deus?, mas enfim, comente isto pelo fato de que, como disse a princípio as pessoas iriam associar mais facilmente aquelas características ao Tony Stark do que ao Lex Luthor, e isto ocorre pelo fato de que, o próprio Tony no primeiro dos filmes Vingadores disse que era tudo aquilo pro Capitão, e se gabar do que você é, é uma atitude errada, pois, muitas vezes é uma forma de buscarmos honra e glória para nós mesmos, e isto é bem equivocado, mas não é pelo fato de que alguém errou que necessariamente passou para “lado negro da Força”, pois, como bem disse o Apóstolo João inspirado por Deus, “se dissermos que não temos pecado algum, enganamo a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1:8)

Acredito que já consegui passar uma das lições principais do texto, porém, ainda acredito ser oportuno comentar sobre uma outra coisa, e para isto, e é aqui que One Piece entra no "Crossover", através do exemplo do personagem Tom.


Tom é um tritão, e construtor de Barcos, foi responsável por construir o lendário Oro Jackson, Navio da Tripulação de Gol D. Roger, o Rei dos Piratas no Universo de One Piece, você pode estar se perguntando, mas o que diabos este cara tem a ver com Tony Stark e Lex Luthor?, calma que você já vai entender.

Tom tinha um pupilo, Franky, que posteriormente se tornou um dos protagonistas de One Piece, este pupilo criou diversos navios, porém, determinado dia, o Governo querendo acabar com Tom utilizou os navios de Franky para o mal, posteriormente a este acontecimento, Franky renegou sua criação, Tom ouvindo isto soca seu pupilo, e diz que ele não deveria fazer isto, e faz um discurso muito interessante, dizendo que um homem deve estar orgulhoso de sua criação, mesmo que alguns a utilizem para o mal, mas o que é que podemos aprender com isto? é simples, não é porque certas coisas podem ser utilizadas para o mal, que elas não devem ser criadas, ou seus criadores devem renegar sua criação, já pensou, se desistissem de criar navios só pelo fato de alguns poderem utilizá-los com a intenção errada, ou então carros e aviões, todos eles já foram utilizados para o mal em determinados momentos da História, mas, em vários outros momentos foram utilizados para o bem, e foram bem úteis para a humanidade.

Tanto Tony quanto Lex criaram armaduras como citei anteriormente, e estas armaduras, assim como os aviões, carros e navios citados anteriormente, não são más em si mesmas, porém, de igual forma podem ser utilizadas tanto para o bem quanto para o mal, até mesmo as armaduras de Tony em determinados momentos são utilizadas para o mal, em um dos filmes (apesar de passar longe de ser o melhor deles) diversas armaduras do Homem de Ferro são utilizadas para atacar ele próprio, mas só porque tal coisa pode acontecer, ele deveria simplesmente deixar de produzi-las?, e o tanto de bem que Tony já fez aos outros sendo o Homem de Ferro?, é difícil para alguns entenderem, mas, não é importante, não é porque algo pode ser usado para o mal, que não deve ser criado ou então que seu criador deva renegar sua criação, o que importa realmente, é se aquilo também pode ser utilizado para o bem.

Um grande problema surge quando, por conta das pessoas que utilizaram algo para o mal, aquilo se torna proibido, mesmo que ainda possa ser usada para o bem, pense o seguinte, muitas pessoas usam seu dinheiro para financiar o mal para os outros, ao ponto até mesmo matá-las, mas só por isto devemos proibir o dinheiro?, e todas as outras pessoas que usam o dinheiro para fazer o bem?, existem coisas que podem ser utilizadas tanto para matar e fazer o mal, quanto para salvar e fazer o bem, e tudo isto depende do usuário, já pensou se depois da tragédia do 11 de Setembro, em que utilizaram um avião para um ataque terrorista, proibissem o uso de aviões?, isto seria um absurdo e prejudicaria e dificultaria a vida de muita gente, a verdade é que “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.” (Tito 1:15), proibir tudo que pode ser utilizado para o mal, para alguns parece lógico, mas na maioria dos casos, é uma ideia bem tola. (Importante afirmar que não estou sendo contra uma “regulamentação” no sentido de dificultar o acesso a determinadas coisas, por exemplo, não devemos deixar que qualquer um pilote um avião, isto é fato, porém, estou sendo contra a uma medida radical como, por exemplo, proibir os aviões só porque alguns podem utilizá-los para o mal)

Alguns podem afirmar, mas Tom está errado, o criador tem ao menos parte da culpa se cria algo que pode ser usado para o mal, mas não, errados estão os que pensam assim, simples, dizer que o criador tem culpa se sua criação pode ser usada para o mal, é de certa forma chamar Deus de culpado, sim, o ser humano é uma criação de Deus, que foi criado bom, mas, nós sabemos o que aconteceu depois né, o ser humano caiu, e se corrompeu, e nós somos culpados de coisas terríveis, porém, a culpa é nossa, e não de Deus, em última instância dizer que algo não deve ser criado só porque alguém pode usá-lo para o mal, é o mesmo que dizer que a nossa própria existência foi um erro, que Deus não deveria ter criado a humanidade, já que como vemos diariamente, muitos de nós somos usados para o mal. (Fato curioso, podem existir criadores maus, que criam coisas com intenções más, porém, que, outra pessoa consegue utilizar aquilo para o bem)

Enfim, barcos não são maus, assim como diversos outros objetos e criação, tudo depende de como aquelas criações serão utilizadas, se serão utilizadas para o bem ou para o mal, ou melhor dizendo, se serão utilizados com a intenção de glorificar a Deus ou não, a culpa não está nos objetos, não está no dinheiro, por exemplo, nem no criador deles, mas sim, naquele que os utiliza com as motivações erradas, ou daqueles que “se usam” com intenções pecaminosas, daqueles que agem como Luthor, como um vilão, ao invés de agir como Stark, como um herói, a verdade é que você não precisa ser necessariamente um herói, porém, ainda sim, você em muitos momentos irá agir da maneira um verdadeiro herói agiria, agindo por amor ao próximo, ao ponto de estar disposto a sacrificar sua própria vida por ele, Stark por exemplo é cheio de defeitos, mas mesmo ele tem esta característica que é uma das principais dos heróis, estar disposto a sacrificar-se pelos outros, porém, nós cristãos levamos isto a um nível diferente, nós fazemos o que fazemos não somente pelo próximo, mas também por Deus, para acima de tudo glorificar a Deus. (Importante afirmar também que são duas coisas que andam juntas, não dá para glorificar a Deus sem amar o próximo, pois, como está escrito “...pois, quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4:20)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SGC #20 - "E se?" Uma reflexão com o exemplo de Professor Girafales e Dona Florinda.

- Que milagre o senhor por aqui! (Dona Florinda / DF) - Vim lhe trazer este humilde presente. (Professor Girafales / PG) - Muito obrigada! Não gostaria de entrar para tomar uma xícara de café? (DF) - Não será muito incômodo? (PG) - Mas é claro que não, queira entrar! (DF) - Depois da senhora. (PG) Não uma, nem duas, muito menos três mas centenas de vezes este diálogo mencionado anteriormente se repetiu, era óbvio o interesse que um tinha no outro, entretanto nenhum dos dois tomava iniciativa, ficando sempre na mesmice de sempre, uma enrolação sem fim, de forma parecida agem muitos indivíduos no mundo real, inclusive dentro da Igreja. Algo que ocorre é que muitas pessoas se acostumam à uma zona de conforto e por conta disto não tentam coisas diferentes, e assim permanecem sempre no mesmo diálogo sem nunca avançar além disto, e assim perdem a oportunidade de conquistar algo mais, estas pessoas pensam “e se piorar?” “e se eu perder o que eu já tenho?” e outros pensam...

SGC #137 - Não, você não consegue ficar invisível, reflexão baseada no exemplo do Drax

Drax, O destruidor é um dos membros dos Guardiões da Galáxia, apesar de sua história trágica ( esposa e filha assassinadas ), ele é um dos principais "alívios cômicos" dos filmes em que aparece, Drax não faz isto de maneira proposital, e talvez seja isto que torne os momentos ainda mais engraçados, eu sei que este “humor” não agrada a todos, mas ainda sim, sei que o personagem já caiu nas “graças” de muita gente por conta disto, e existe um momento do Filme Vingadores Guerra Infinita, que eu achei bem engraçado e que pode acabar servindo para fazermos uma reflexão, acredito que mesmo que você não tenha gostado, se você viu o filme, você provavelmente se lembra dele… Peter Quill e Gamora estão tendo uma conversa bem séria na Nave dos Guardiões da Galáxia, e eis que eles percebem ao fundo Drax, e então Quill questiona “há quanto tempo está parado aí?”, e recebe a resposta “Uma hora”, por uma hora Drax estava lá parado observando tudo que acontecia, e o momento se to...

A Graça e a Cultura Pop #0007 - Amar as invenções dos "trouxas", não necessariamente significa ser um trouxa, uma reflexão com o exemplo de Athur Weasley

Introdução : Harry Potter traz um mundo fantástico aonde existe o mundo humano, conhecido como “mundo Trouxa”, sim, eles chamam os seres humanos sem habilidades especiais de trouxas, e o “mundo bruxo”, que traz não somente os bruxos (indivíduos capazes de usar magia), como também diversos outros seres da fantasia como gigantes, centauros, elfos, dragões entre outros. No mundo bruxo existem algumas famílias, como é o caso dos Weasley, a família de Ron um dos protagonistas da série, uma família que originalmente era “puro-sangue”, que é como eram chamadas famílias formadas exclusivamente por bruxos, entretanto nem quando era assim eles tinham preconceito com os trouxas, e isto é ainda mais nítido agora, quando na geração atual, posterior aos eventos dos oito filmes, a família deixou de ser formada somente por bruxos. Quem é Arthur Weasley ? Arthur Weasley é o patriarca da família Weasley apresentada para nós nos oitos filmes da franquia Harry Potter, em seu casamento com Molly, eles tive...