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SGC #134 - O real valor das coisas, uma reflexão com o exemplo de Zeff


Em determinado momento Sanji enquanto ainda criança naufragou junto com Zeff, perna vermelha, um pirata de renome naquela região. Zeff aparentemente entrega um pouco de comida para Sanji enquanto mantinha uma grande quantidade para si guardada dentro de uma sacola, porém, ao contrário do que o jovem Sanji pensou naquele momento as coisas não eram tão simples quanto pareciam ser. A realidade é que dentro da sacola que Zeff manteve para si, não tinha comida e sim ouro e outras joias, algo que para muitos seria considerado precioso, porém, que naquele momento não havia valor algum, pois, não é com isto que um faminto vai saciar sua fome, sim, o “pouco” de comida que Zeff entregou a Sanji na verdade era toda a comida que eles tinham naquela ilha em que naufragaram, mas a História não termina aí.

O Pirata Perna Vermelha ganhou renome pelos feitos que conseguia com suas poderosas pernas, porém, ele abriu mão de uma delas por Sanji para salvar o garoto durante o naufrágio ele teve que amputar uma delas para conseguir ir até ele (Detalhe no mangá é um pouco diferente, porém, aqui opto por usar a versão do anime) sendo assim, Zeff estava longe de ser alguém egoísta, ele abriu mão não somente de toda comida que tinha naquele momento como também de sua fama para salvar um garoto que nem sequer era sua da família.

Infelizmente nós agimos como Sanji, e mesmo recebendo algo de certas pessoas nós somos capazes de nutrir sentimentos ruins contra esta pessoa, pensando que o que ela nos deu foi “pouco”, é aquela velha História de se alguém te der 10 Reais e outra pessoa te der 100, qual das duas você acha que se importou mais com você?, muitos prontamente respondem que a que deu 100, porém, pode ser que aqueles 10 reais que a outra pessoa te deu eram tudo que ela tinha enquanto os 100 considerados mais valiosos era apenas um “resto” para quem te deu.

Penso sempre no exemplo de um pai ou de uma mãe, ou algum parente que na falta destes realiza esta função, que faz o seu melhor e se esforça ao máximo por seus filhos, porém, pelo fato deste “máximo” não ser considerado muito diante da ótica humana, seus filhos se frustram e chegam ao ponto de renegá-los, sim, muitos filhos infelizmente tem vergonha de seus pais pelo simples fato destes serem humildes, porém, a verdade é que muitos destes pais são como Zeff aonde apesar de aparentemente o que eles dão aos filhos ser pouco, na verdade é simplesmente o melhor que poderiam dar naquele momento.

Algo mais que Zeff abriu mão foi de seu sonho, sem sua perna ele muito provavelmente não conseguiria alcançá-lo mais, e sonhos apesar de importantes são o tipo de coisas que muitos pais sacrificam pelo bem de seus filhos, e este é um sacrifício grande, pois, sonhos estão entre as coisas mais preciosas que alguém pode ter, mas prosseguindo, nos tempos de Jesus existe uma História que serve para ilustrar bem “o real valor das coisas”...

E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.” (Lc 21:1-4)

Pessoas ricas estavam ofertando altas quantias, porém, estas ofertas não impressionariam Jesus, sim, se fosse muitos dos pregadores modernos iriam se impressionar com isto, pois, tem a ótica falha já mencionada anteriormente de pensar que “mais é sempre melhor”, porém, Jesus sendo Deus não enxerga de maneira falha e assim para Ele a pessoa que ofertou “mais do que todos” foi uma pobre viúva que deu nada mais que duas pequenas moedas, neste fato aconteceu justamente o que eu mencionei anteriormente de alguém te dar 10 reais e outra pessoa 100 reais, para a viúva aquelas 2 moedas eram tudo que ela tinha enquanto para os ricos aquelas grandes quantidades de dinheiro eram “restos”.

Não deixe seus olhos te enganar, o real valor das coisas nem sempre é tão simples quanto parece ser, e assim valorosos homens e mulheres são menosprezados por seus grandes esforços, pelo simples fato de aquilo que eles conseguem “ofertar” é pouco se comparadas às ofertas de outras pessoas, sim, muitas vezes o amor que estas pessoas nutrem é na verdade muito maior do que muitos do que os que aparentemente “ofertam” mais nutrem, pois, o que deram diante das situações da vida foi o seu melhor e não o que restou.

Importante ressaltar para caso não tenha ficado claro, com “Oferta” não estou limitando isto somente à dinheiro, isto seria uma forma bastante limitada de enxergar de coisas, isto pode ser muitas outras coisas como é o caso do recurso mais valioso do mundo, um recurso esgotável e que não existe a possibilidade de conquistarmos mais depois de perdê-lo, sim, este recurso é aquilo que chamamos de tempo. Algumas pessoas são capazes de ofertar para coisas fúteis, como o pecado grandes quantias de tempo, enquanto para coisas que realmente importam elas dizem “nunca ter tempo suficiente”, por exemplo, algumas pessoas vivem 6 dias inteiros para si e reservam um “resto” de tempo durante um sétimo dia para Deus e acham que isto é o bastante. Deus não quer o seu “resto” Ele quer o seu melhor, justamente por isto que Ele se agradou mais da oferta de Abel do que de Caim.

E quando digo que Deus quer o seu melhor também é importante compreender bem o que estou falando, alguns interpretam isto da maneira errada e vivem “enfurnados” dentro de um Templo, seguindo todos os dias possíveis a programação à risca de uma denominação, porém, dar o seu melhor à Deus não é bem isto, dar o seu melhor à Deus é fazer tudo para Ele, sim como bem disse o Apóstolo Paulo “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10:31) qualquer coisa que você faça, inclusive as consideradas para alguns como “seculares” como é o caso do trabalho, devem ser feitas para a glória de Deus e é assim que você dá o seu o melhor à Deus, vivendo para Ele não somente aos domingos ou sábados, não somente enquanto está dentro de um templo mas o máximo de tempo possível enquanto você viver sua vida independente de onde esteja ou de com quem esteja, sim, buscando sempre cumprir seus mandamentos e glorificá-lo ao máximo possível.

Enfim, tome cuidado para não ser iludido por aquilo que os olhos podem ver, a maior quantidade nem sempre quer dizer qualidade, ofertas sinceras mesmo que pareçam pequenas são muito melhores do grandes ofertas de “resto”, saiba valorizar aquilo que realmente tem valor e aquilo que realmente importa, incluindo também o próprio Deus, que é alguém tão esquecido por muitos, ou só lembrado nos momentos de necessidade, além disto, Deus é também um exemplo de alguém que não deu “o que sobrou” e sim o melhor que tinha, Ele deu seu único e amado filho, aquele em quem Ele se alegrava para nos salvar, sim, Jesus não é “um resto” e sim a melhor “oferta” que qualquer um de nós poderia receber.

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