
OBS: A parte azul pode ser pulada por quem já conhece o personagem.
Certo dia Sméagol e seu primo Déagol, estavam pescando em um rio até que em determinado momento Déagol foi puxado para a água por um peixe, ao retornar de lá trouxe consigo um anel de ouro, que era bem mais do que um jóia, sim, era o “Um anel” poderoso anel criado pelo maior vilão da franquia que havia se perdido há muito tempo, apesar de conceder grandes poderes ao usuário, ele era muito perigoso, sendo capaz de trazer para fora o pior de cada um. Sméagol se encantou com aquele objeto e para possuí-lo “eliminou a concorrência”, sim, matou seu primo Déagol que era quem o havia encontrado, e para piorar esta situação escondeu o corpo dele de maneira que ninguém jamais descobriu o seu crime, e assim a vida de Sméagol mudou para sempre, ele cada vez mais foi seduzido pelo poder do Um Anel, utilizando-o para realizar maldades até que em determinado momento foi expulso de seu lar.
Por conta dos efeitos do “Um Anel” não foi somente o interior (através de sua dupla personalidade) mas também o exterior de Sméagol sofreram grandes mudanças, sim, ele pouco se assemelha ao Hobbit que já foi um dia, além disto ele passou a odiar a luz do sol, buscando lugares cada vez mais escuras para habitar, além disto, seu nome acabou também sendo deixado para trás, e ele passou a ser conhecido como “Gollum”, por conta de um barulho que ele fazia com sua garganta.
Apesar do “Um Anel” ter concedido alguns benefícios ao Gollum, ele acabou trazendo bem mais malefícios, ao ponto que no final de contas sua morte foi decorrente de sua “idolatria” pelo anel (nos filmes ele é empurrado para a morte por Frodo, porém nos livros ele simplesmente se desequilibra tentando pegar o anel e cai sozinho), sim, a frase “Meu precioso” se tornou tão icônica que até mesmo muitos que nunca assistiram ou leram Senhor dos Anéis a conhecem, aquele anel se tornou mais precioso para ele do que qualquer outra coisa, e isto foi desde o princípio, quando Sméagol foi capaz de matar um familiar simplesmente para obter aquele objeto. A relação de Gollum com aquele anel serve para ilustrar parte da relação do ser humano com o pecado, existem muitas coisas que nós tratamos como “meu precioso”, e algumas destas coisas por si só nem são pecaminosas, porém, que ainda sim por conta de nossa falibilidade humana as transformamos em algo pecaminoso, isto se dá pelo fato de que da mesma forma que Gollum idolatrava o anel, nós também idolatramos esta coisa, sim, engana-se quem pensa que idolatrar algo é simplesmente adorar outros deuses, quem dera fosse simples assim, é algo bem mais complicado do que isto…
Responda sinceramente, qual é a coisa mais importante da sua vida?, se a resposta não é Deus, pode ter certeza então que você tem um ídolo em sua vida, o mandamento “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento…” (Lc 10:27) demanda de nós a primazia de Deus em nossas vidas, Ele precisa ocupar o primeiro lugar, sim, para Ele deve ser o nosso maior Amor, qualquer outra coisa que ocupa este lugar se tornou um ídolo em nossas vidas, um “bezerro de ouro” dos tempos modernos, infelizmente, muitos estão cegos e não percebem isto e colocam as mais variadas coisas no lugar de Deus em suas vidas, uma das razões de muitos não perceberem isto é pelo fato de que certos ídolos são coisas originalmente boas, como “família”, “casamento” e “amigos”, como regra não é pecaminoso por exemplo, ter amigos, porém, é errado colocar os nossos amigos acima de Deus, buscando mais agradá-los do que tentamos agradar a Deus por exemplo.
Para agradar seus ídolos o ser humano é capaz de cometer as maiores ofensas contra Deus, inclusive matar alguém como Gollum fez também, quem dera a idolatria fosse uma realidade somente fora da igreja, porém, inclusive dentro da igreja existem muitos idólatras, a frase de João Calvino permanece atual ainda hoje “o coração do homem é uma fábrica de ídolos”, uma das idolatrias mais comuns dentro da igreja é a idolatria da liderança, aonde muitos preferem agradar seus líderes do que agradar a Deus, e sim, muitas vezes agradar a liderança é diferente de agradar a Deus, porém, existe uma ainda pior, que é a idolatria do “eu”, aonde o indivíduo faz diversas coisas dentro da igreja, porém, não como intuito principal de agradar e glorificar a Deus, mas sim, pelo prazer, pelo reconhecimento e pela honra o que é bem errado.
Sim, muitas vezes nosso ídolo está bem mais próximo do que imaginamos, o ídolo de muitos é ninguém menos que eles próprios, as pessoas fazem de tudo para se agradar, mesmo que para isto tenham de ofender a Deus, e o pior de tudo é que o mundo prega isto, ele ensina a nos colocarmos em primeiro lugar, porém, como já disse qualquer coisa que ocupe o primeiro lugar em nossas vidas, se não for o Senhor Deus é um ídolo!, e por mais que os ídolos nos tragam determinados prazeres e benefícios, ainda sim é o mesmo que ocorreu com Sméagol, o prejuízo será muito maior do que qualquer benefício que o pecado pode nos conceder, sim, a idolatria de muitos é a causa de sua destruição e ruína, importante dizer antes de encerrar é que não quero dizer que você não deva valorizar determinadas coisas, sim, existem coisas boas que podem e devem ser valorizadas, porém, o que estou tratando aqui é que nada nem ninguém deve ocupar o lugar de Deus em sua vida, sim, o nosso “precioso” não deve ser o pecado e sim o próprio Deus, infelizmente abrir mão dos ídolos não é fácil, porém, ainda sim é importante.
Enfim, não imite o exemplo do Gollum, não desperdice sua vida em idolatria, sim, coloque cada coisa em seu devido lugar, e que suas ações antes de tudo tenham como foco agradar e glorificar a Deus, nesta vida muitas coisas tentaram te seduzir, assim como o “Um anel” fez com Gollum, e tentarão trazer para fora o pior que há em você, ou melhor dizendo, o pecado que habita o seu interior, porém, não caia nesta armadilha, mesmo que a “embalagem” seja muito bonita, não se esqueça que ainda sim, o salário da idolatria e de qualquer outro pecado continua sendo a morte, é triste que a idolatria exista inclusive dentro da igreja, sendo ainda pior em alguns casos quando idólatras agem como hipócritas criticando outros idólatras somente pelo fato do ídolo deles serem diferentes dos seus, porém, espero eu que pela misericórdia de Deus nós não caiamos neste erro.
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