Muitos ao se deparar com o título “Policarpo, o destruidor de deuses”, pode acabar esperando algo parecido com a história de Kratos do jogo “god of war” ou talvez com o filme “Fúria de Titãs” ou então qualquer outra história em que deuses de alguma mitologia são enfrentados, mas esta história, é um pouco diferente…
Não é um filme com “efeitos especiais” interessantes, não é nenhum ganhador de oscar, ou algo do gênero, não tem uma nota alta no “Rotten Tomato” ou outro site de críticas, mas ainda sim, é um filme que retrata a História de um personagem real que pode ser útil para nós, e o seu nome era Policarpo, o filme pode não ser 100% fiel aos fatos históricos, óbvio que existem alguns “acréscimos” na obra, ainda sim, é um exemplo útil para nós, e por se tratar de um filme decidi incluir este texto na “Série sobre a Graça Comum”...
Policarpo apesar de não ser um personagem bíblico, foi discípulo do Apóstolo João, e exerceu um papel de liderança na Igreja de Esmirna por um tempo considerável, a geração de Policarpo era cheia de falsos deuses (O Império Romano era muito forte naquela época, e este império adotava uma religião panteísta, com diversas versões dos deuses gregos, além de alguns outros deuses criados por eles), porém, mesmo cercado por idolatria ele permaneceu fiel ao Deus Verdadeiro.
Os pagãos perseguiam os cristãos, e muitos deles foram mortos nestas perseguições, e em determinado momento do filme, Policarpo recebe os seus perseguidores em uma casa aonde esta hospedado, ele não teve medo, e ao invés de reagir, ofereceu alimento aos romanos e pediu um tempo para orar. Segundo a História Policarpo orou durante 2 horas (mais tempo que muitos cristãos oram durante um mês ou pior, até mesmo durante um ano!), no filme esta oração é bem resumida, provavelmente pelo fato de que poucos se interessariam em assistir um filme com uma cena de 2 horas somente de oração, mas ainda sim, mesmo “resumida” e diferente da versão real, nos traz algumas lições interessantes.
“Oh, Pai Amado, Tu és um Deus fiel e amoroso para com o teu povo, eu peço por meus irmãos e irmãs, de-lhes graça para resistir neste momento de provação, ajude-me a amar estes homens na sala ao lado, e perdoe-os SENHOR, peço pela Ana, meu Deus, dê a ela paz no coração, não permita que ela fique brava ou amarga contigo por minha causa, que seja atraída pelo teu amor, e obrigado SENHOR por ter me escolhido para ser teu servo, eu oro por ter me achado fiel, grande é a Tua Graça para comigo, e não vejo a hora de conhecê-lo face a face meu Pai. Oh meu Deus, eu confio em ti, que eu não seja envergonhado, não permita que meus inimigos triunfem sobre mim.”
Mesmo em meio a perseguição, uma grande verdade era reconhecida, Deus é um Pai Fiel e Amoroso para com o seu povo, alguns pensam que o fato de o povo de Deus ser perseguido, seria uma prova de que Deus não existe, ou então de que Ele não ama os seus filhos realmente, mas isto não é verdade, mesmo em meio a perseguição, o SENHOR continua sendo amoroso para com seus filhos, prosseguindo, Policarpo ao invés de pensar primeiramente em si mesmo, pensa nos outros, em seus irmãos e irmãs, pede para que o SENHOR os capacite para suportar este momento de provação, em meio a perseguição infelizmente, muitos fraquejam e acabam “olhando para trás”, por conta disto que é um motivo de oração importante, orar por aqueles que estão passando para provações, para que não retrocedam nem fraquejem diante das provações…
Em seguida ele pede que Deus lhe dê algo, mas algo que poucos de nós pede, isto reflete não somente os ensinamentos do Apóstolo João, como também do próprio Cristo, Policarpo pede para que o SENHOR Deus o capacite a amar os soldados romanos que estavam ali para prendê-lo, homens que eram seus perseguidores e inimigos, ao invés de odiá-los, pediu capacitação para amá-los!, algo verdadeiramente cristão, e logo em seguida Policarpo imita o exemplo do Senhor Jesus, pedindo que o Pai perdoasse aqueles homens, muitos homens são sim verdadeiramente maus, mas eles não tem ciência disto, estão cegos, não sabem o que estão fazendo realmente, e isto gerou sentimento de compaixão no Senhor Jesus quem eu sua crucificação pediu para que aqueles pecadores fossem perdoados ,pois, não sabiam o que estavam fazendo, muitos de nós infelizmente ao invés de nutrir amor e compaixão por nossos inimigos, como Jesus nos ensinou, prefere vê-los todos aniquilados. (Exemplo simples, são os integrantes do Estado Islâmico, primeiramente quero dizer que não é errado combatê-los de maneira “armada” para proteger aqueles que amamos, porém, muitos de nós, principalmente aqui no ocidente, nutre por estes homens e mulheres um grande ódio, e em nossa maioria, prefere vê-los aniquilados e destruídos, do que vê-los convertidos e mudados, quando Jesus nos diz para orar por nossos inimigos e por aqueles que nos perseguem, ele certamente tinha em mente pessoas como estas, pessoas difíceis de amar, e que poderiam nos fazer muito mal, certamente seria muito fácil aniquilar e matar todos eles, porém, muitas vezes a melhor opção é amar e perdoar)
Prosseguindo, Policarpo ora por Ana (uma menina, personagem do filme, mas que ao contrário de Policarpo, provavelmente é uma personagem fictícia, ainda sim este trecho da oração pode ser útil para reflexão), Ana tinha certas dúvidas sobre Deus, e Policarpo temia que sua prisão e provável morte nas mãos dos romanos fizesse com que a garota nutrisse ódio e outros sentimentos ruins contra Deus, por isto intercede por ela, para que ao invés de ficar “amargurada”, ela fosse atraída pelo amor do Pai, podemos resumir isto com um “Discipulador” que até o último momento amou seus discipulados, muitos no lugar dele somente se importariam consigo mesmos, mas diante de uma situação difícil, ele primeiramente se importou com os outros.
Em seguida Policarpo agradece pelo fato de ter sido escolhido por Deus, pela graça que Deus teve para com ele, muitos de nós não somos gratos por nossa conversão, por Deus ter escolhido nos amar, ao invés de nos punir e nos lançar no inferno que era aquilo que realmente mereciamos, enquanto muitos estavam cegos em idolatria, os olhos espirituais de Policarpo estavam abertos, e ele sabia o quão importante e precioso isto era. Além disto, por mais que os inimigos acabassem com a vida terrena dele, estavam simplesmente levando-o para um momento que ele ansiava muito, que era finalmente encontrar com o Deus criador face a face, muitos cegos pensam estar fazendo o mal matando um cristão, quando na verdade estão simplesmente levando-os para mais perto de nosso Pai amoroso, do amado de nossas almas!, certamente pode ser um dia de grande sofrimento a princípio, mas logo se torna um momento de grande alegria para nós.
E por fim, finalmente Policarpo parece pedir algo para si, pede para que não seja envergonhado, e para que seus inimigos não triunfem sobre ele, PORÉM, o sentido disto, pode não ser completamente compreendido à primeira vista, o que ele realmente estava querendo, era permanecer fiel, ele não se importava realmente que seus inimigos triunfassem humanamente falando ao ponto de matá-lo, tanto é que almejava e ansiava pelo momento que finalmente encontraria Deus face a face, mas ele temia que talvez seus opositores o levassem à “retroceder”, a talvez se tornar como um deles, e assim levá-lo a vergonha, por isto, por não confiar em si mesmo, é que ele encerrou sua oração com estas palavras, para que as falsas doutrinas, e falsos deuses deles não prevalacessem, sobre a verdade que ele carrega, sobre o Verdadeiro Deus que ele servia!
Enfim, a oração do Filme, pode ser diferente em diversos aspectos da versão verdadeira de 2 horas, porém, ainda sim, é belíssima de diversas formas, e pode ser muito útil para nós, principalmente em uma geração que ora tão pouco, e que nas poucas vezes que hora, prefere orar por coisas fúteis ou então sem tanta importância, não que não possamos orar por coisas que possam ser consideradas “passageiras” e até mesmo fúteis, por muito, a realidade é que devemos orar por tudo, por cada detalhe de nossas vidas, porém, nosso foco deve ser em coisas mais importantes, como por exemplo aquelas coisas com consequências e resultados eternos!
No final de contas, Policarpo foi morto, queimado vivo, mas, tanto na versão do filme, quanto na versão real, permaneceu fiel até o fim, fiel até a morte, seguindo os ensinamentos de seu discipulador João, e de nosso mestre Jesus, e foi assim que ele se tornou um “destruidor de deuses”, não se rendendo aos vários deuses pagãos do romanos, permanecendo fiel ao Deus Verdadeiro, ao Deus da Bíblia, até o fim, mesmo que no final de contas isto tenha custado a sua vida, e o exemplo do “destruidor de deuses”, tanto da ficção (no caso do filme com algumas diferenças da versão real), quanto a própria versão real e Histórica dele, é útil para nós cristãos!, certamente para o mundo exemplos como o dele, não são tão empolgantes como aqueles citados a principio que poderiam ser considerados também como "destruidores de deuses", mas ainda sim, é um exemplo que vale a pena ser seguido por nós cristãos!
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