SGC #75 - Lágrimas de sangue, o bem que eu quero fazer eu não faço - Uma reflexão com o exemplo dos cavaleiros de Ouro ressuscitados.

Na Saga de Hades alguns velhos conhecidos ressurgiram como novos inimigos, sim, alguns cavaleiros que já estavam mortos foram ressuscitados por Hades, o Imperador do mundo dos mortos, com a promessa de que se matassem Atena receberiam a vida eterna, o problema é que para um cavaleiro a deusa Atena é a coisa mais preciosa em sua vidas, de forma parecida como Cristo é para os cristãos, por conta disto eles estavam realizando uma grande atrocidade se voltando contra a coisa mais importante para eles e assim estavam jogando no lixo toda a sua honra adquirida em vida de um dia terem sido santos de Atena.
Entre os cavaleiros ressuscitados estavam Camus de Aquário, Shura de Capricórnio e Saga de Gêmeos, que apesar de terem cometido certos erros, morreram como genuínos cavaleiros de Atena, ninguém imaginaria que eles “venderiam sua alma” para Hades e se voltariam contra a deusa Atena, porém, em determinado momento pode-se notar algo interessante, não é algo que qualquer um poderia enxergar, porém, é bem relevante, os cavaleiros ressuscitados derramavam lágrimas de sangue…
Aqueles cavaleiros na verdade não queriam fazer o que estavam fazendo, ainda sim, foram até as últimas consequências para ceifar a vida de Atena, mesmo que para perdessem toda a sua honra e fossem odiados, porém, o que ocorre é que no final de contas o verdadeiro traído era o Imperador Hades, sim, aqueles homens jamais deixaram de ser genuínos cavaleiros de Atena, aonde aquele mal de matar Atena abundaria o bem superabundaria no final de contas, pois, isto acabou cooperando para que no final de contas Atena triunfasse de uma vez por todas sobre Hades.
Mas o que é que podemos aprender com este exemplo mencionado anteriormente?, sabe, comumente costumo ouvir frases do tipo “Cristão de verdade jamais faria isto”, porém, apesar de em alguns momentos ser verdade, na maioria dos casos acredite, faria sim, em alguns deles posso afirmar sem medo de que faria até mesmo pior. O Apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos diz “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Rm 7:19), o apóstolo queria fazer o bem, porém, a sua carne o obrigava a fazer algo totalmente diferente, e aqui não estamos falando do “Saulo perseguidor dos judeus” o homem que ambicionava destruir o Cristianismo e sim do Saulo já convertido após encontrar o Senhor Jesus no caminho de Damasco, sendo assim naquele momento um cristão genuíno.
A Bíblia nos exorta com palavras do próprio Deus que diz “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR” (Jr 17:5) e não maldito o homem que confia no ímpio ou no não convertido, aqui “homem” abrange o gênero humano de maneira geral, isto inclui não somente os “pagãos” mas também os cristãos, e digo mais, inclui até mesmo você próprio, você pode até pensar em algum momento “Eu jamais faria isto” assim como Pedro pensou que jamais negaria Jesus 3 vezes, porém, ainda sim, você pode cair neste erro ou até mesmo em erros piores! a realidade é que aqueles que colocam a sua maior confiança nos seres humanos e não em Deus estão fadados a se decepcionar em algum momento. Infelizmente mesmo após a conversão o ser humano ainda continuará vivendo em um corpo carnal sujeito ao pecado, e assim continuará pecando em diversos momentos e aquele que diz algo contrário à isto é mentiroso, e isto não são palavras minhas são palavras do Apóstolo João inspirado pelo próprio Deus.
“Se declaramos que não temos pecado algum enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” (1 Jo 1:8)
Algo que gosto de realçar neste texto é a forma como João conjuga o verbo, ele não dizer “Se vocês declararem”, não, ele afirma “Se declararmos” ou “Se dissermos” dependendo da versão, ele se inclui neste meio, nem mesmo ele o Apóstolo João depois de décadas sendo um servo de Cristo estava totalmente livre do pecado! a doutrina perfeccionista que afirma que é possível um cristão viver sem pecar é uma mentira do diabo, e que muitas vezes leva a pessoa à um orgulho que a torna cega diante dos próprios pecados, a real diferença de um cristão para um ímpio não está no fato de que o cristão se tornou perfeito ao ponto de não pecar mais e sim que nos momentos quando peca e percebe o seu pecado de forma parecida como foi com os cavaleiros de Atena, é como se “sua alma vertesse lágrimas de sangue”, entenda, você pode até não cometer o mesmo pecado que o seu próximo, porém, isto não quer dizer que você não peque.
“Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” (Rm 7:20-23)
Apesar de nosso corpo continuar sujeito ao pecado, nosso “homem interior”, nossa alma tem prazer na lei de Deus, e assim vivemos a cada dia um guerra entre a carne e o espírito e é esta a diferença do cristão para o não convertido, o não convertido tem prazer no pecado não somente em seu corpo, porém, também em sua alma, enquanto o cristão apesar de ainda cometer o pecado em diversos momentos, o abomina em sua alma pelo fato de amar a Deus e assim no final de contas por mais que na vida de um cristão abunde o pecado, no final de contas a graça será superabundante e infinitamente superior!
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