“Às vezes, a coisa que você esteve buscando durante toda a sua vida, esteve ao seu lado o tempo todo.” (Peter Quill)
Peter Quill perdeu sua mãe para o câncer enquanto ainda era criança, pouco tempo depois disto ele foi sequestrado pelo mercenário Yondu Udonta e seus subordinados, e assim ele acabou sendo criado para se tornar um mercenário também. Enquanto crescia Peter passou a cultivar certo rancor e ódio para com Yondu, como se este homem fosse o grande vilão da sua vida, que o levou para longe de seu planeta e de tudo aquilo que conhecia.
Detalhe relevante é que os mercenários apesar de serem foras da lei, tem um código de ética, que inclui o fato de que eles não sequestram crianças, sendo assim, Yondu violou uma das regras mais importantes em sua vida quando sequestrou Quill, o que à primeira vista reforçaria ainda mais a ideia de que Yondu era um homem terrível. E como se a situação não pudesse piorar ainda mais, o pai verdadeiro de Peter estava vivo e procurou seu filho por anos até finalmente conseguir encontrá-lo quando este já era adulto, sendo assim, Yondu privou Quill de ter um vida “normal” e de conhecer o seu pai por muito tempo, o que era algo que o herói desejava bastante, e assim podemos então concluir que Yondu Udonta é um grande vilão, certo? errado!
Yondu Udonta era na verdade apesar de seus defeitos, um bom exemplo para nós, ocorre que na realidade Ego o verdadeiro pai de Peter Quill era uma pessoa terrível, esta pessoa contratou Yondu para sequestrar Peter e levá-lo até ele, além de ter sido o próprio Ego que afligiu a mãe de seu filho com o terrível câncer, mas Yondu sabendo sobre a verdadeira índole do verdadeiro vilão dessa história escondeu Quill de seu pai enquanto o criava como se fosse seu próprio filho.
A realidade é que Yondu apesar de ser rígido em certos momentos, tratou Peter de uma maneira mais “amável” que os seus demais subordinados, como um deles próprio reconheceu, e permaneceu assim até o fim, e assim nas palavras do mercenário para seu filho adotivo “Ele (Ego) pode ter sido o seu pai, Quill, mas ele não foi o seu papai.” no final de contas Yondu Udonta sacrificou sua própria vida para que Peter Quill pudesse sobreviver.
O pai que Peter tanto procurou durante sua vida estava diante dos seus olhos grande parte deste tempo e ele nem sequer havia percebido até que infelizmente se tornou tarde demais, infelizmente ele não é o único a cometer este erro, sim, ás vezes o que procuramos está diante de nós e não percebemos, isto me lembra uma frase “Eis que habitava dentro de mim e eu te procurava fora!” (Santo Agostinho) O Deus que Agostinho buscava estava na verdade mais perto do que ele imaginava, estava dentro dele.
Nos tempos de Jesus existiam judeus que ansiavam o profeta prometido por Deus que salvaria o povo de Israel, e ainda hoje, estão esperando por este Salvador, porém, tanto os do passado quanto os do presente não perceberam que o salvador que tanto almejam estava diante deles, grande parte deste erro está no fato de que costumamos idealizar às coisas, e assim pelo fato de o que temos diante de nós não ser igual ao que sonhamos, concluímos que ainda não encontramos o que estávamos procurando. Yondu certamente não era o tipo de pessoa que Quill idealizava como um pai, porém, no final de contas era um ótimo exemplo de pai, e aquilo que Peter tanto procurou, alguém que verdadeiramente o amava como seu próprio filho.
São muitas as áreas de nossas vidas em que podemos acabar sendo cegos sem perceber, idealizamos muitas vezes cenários perfeitos, porém, esquecemos que seres humanos são imperfeitos, e assim, deixamos de usufruir de coisas boas pelo simples fato de acharmos que não são boas o bastante, pode ser desde um emprego até um relacionamento, sim, talvez você esteja solteiro(a) pelo simples fato de que idealiza demais seu futuro cônjuge e assim ignora um ótimo pretende sem perceber.
Eu diria também que às vezes o considerado comum pode ser mais belo do que aparenta ser, sim, principalmente em seu relacionamento com Deus as pessoas esperam algo “extraordinário”, algo fora do comum, porém, a realidade é que muitas vezes um bom relacionamento com Deus é algo extremamente simples da ótica humana, sim, não necessariamente por andar com Deus e ter um relacionamento vivo com Ele que você vai ser arrebatado que nem Enoque, ou terá um dom extraordinário, e assim muitos como Agostinho procuram fora o que já está mais próximo do que imaginam, e isto serve para ilustrar que até mesmo o relacionamento com alguém perfeito é idealizado demais por muitos de nós, quanto mais o relacionamento com outros seres humanos imperfeitos, mas enfim, tome cuidado para não acabar percebendo que tinha algo extremamente valioso somente quando for tarde demais como foi o caso de Quill para com seu pai adotivo Yondu.
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