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SGC #53 - Escute antes de falar, refletindo com o exemplo negativo dos Ogros

Tensei Shitara Slime Datta Ken aborda um mundo de fantasia aonde existem os mais variados tipos de criaturas que no nosso mundo não passam de ficção, um exemplo de criaturas são os ogros, que são justamente os personagens que irei comentar neste texto, nesta obra a aparência deles se assemelha muito a de um ser humano, e se tornam ainda mais parecidos quando evoluem de Ogros para Kijin (ou Oni), porém, eles são bem mais poderosos que humanos comuns.

Em determinado momento o vilarejo dos Ogros foi atacados por Orcs, normalmente isto não seria um problema, já que na obra Ogros são bem mais fortes do que os Orcs, porém, aqueles inimigos estavam em número enorme, além de estarem bem armados e estarem sendo liderados por um indivíduo com habilidades especiais que removia deles todo o medo, com isto o "jogo virou" à favor dos Orcs, e assim apesar dos Ogros terem conseguido derrotar diversos inimigos, foram praticamente dizimados, restando apenas 6 deles, um detalhe relevante para citar aqui também é que os Orcs estavam aliados com um indivíduo mascarado misterioso.

Posteriormente os Ogros buscando vingança acabaram encontrando um outro indivíduo mascarado misterioso, e acabam entrando em combate contra ele, este indivíduo é Rimuru Tempest, o protagonista do anime, e ele nada tinha a ver com o que aconteceu no vilarejo dos Ogros, porém, eles nem sequer deram oportunidade dele se explicar e já partiram para luta, sem nem mesmo confirmar se a máscara dele era igual a daquele que havia se aliado com os Orcs, a situação poderia ter terminado de maneira bem trágica se o protagonista não fosse alguém muito poderoso já que um deles (Hakurou) corta fora um dos braços de Rimuru (e fez isto tentando a cortar a cabeça dele), felizmente graças a intervenção de Shuna (uma dos ogros sobreviventes) a situação acaba se resolvendo, e os demais ogros acabam percebendo que Rimuru não era um inimigo.

Com o tempo os Ogros se tornaram aliados de Rimuru, alguns dos mais poderosos aliados que o protagonista já conseguiu até então, inclusive é ele que deu a eles os seus nomes (nesta obra normalmente monstros não costumam ter nomes, mesmo quando são da realeza como reis, príncipes e princesas), porém, tem uma preciosa lição que podemos tirar deste caso que é “Quem responde antes de ouvir comete grande tolice e passa vergonha.” (Pv 18:3), uma luta que poderia ter terminado em tragédia ocorreu por conta de um simples mal-entendido, e infelizmente isto não é algo que ocorre somente na ficção, mas também no mundo real, e é contra acontecimentos do gênero que o escritor de Provérbios está advertindo, muitos agem antes de ouvir, pré-julgam indivíduos, e assim aqueles que poderiam ser possíveis amigos ou aliados acabam se tornando inimigos e adversários.

“Responder” antes de ouvir, é grande tolice, como o escritor de Provérbios disse, quanto mais partir para algum tipo de agressão ou algo do tipo, como cristãos no geral devemos estar aptos para ouvir, antes de atacar ou condenar algo ou alguém, é papel de um Cristão se posicionar contra os falsos ensinamentos e ideologias pregados pelo mundo e falsos profetas, mas é necessário agir com cautela, existem cristãos sinceros que estão errados em certos pontos, na verdade nenhum cristão é perfeito ou acerta em tudo, o próprio Pedro foi confrontado por Paulo por conta de uma forma de agir reprovável, mas enfim, o fato de estar equivocado em algum ponto não torna necessariamente um indivíduo em nosso inimigo ou inimigo de Cristo, e é necessário saber fazer esta distinção, para não condenar um irmão como se fosse um herege, ou algo pior…
(Os ogros depois de receberem seus nomes e evoluirem para Kijin, como podem comparar com a primeira imagem, sua aparência se tornou bem mais humana)
Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu do juízo; e quem disser a seu irmão: Racá, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.” (Mt 5:22)

De forma resumida o que Jesus nos diz nesta passagem do Evangelho de Mateus é que, o simples fato de se “encolerizar” ou irritar contra seu irmão pode ser algo problemático e pecaminoso, e “xingá-lo” pode trazer consequências terríveis, é possível debater e discutir com um irmão na fé de maneira sadia, mas não devemos exceder os limites, e passar a tratá-lo mal, infelizmente muitos apesar de não partirem para algum tipo de agressão física como no caso dos Ogros, ainda sim partem para agressões verbais e xingamentos contra aqueles que não concordam com eles, devemos manter a compostura e procedimentos cristãos, para evitar “acertar um golpe” desnecessário em um irmão na fé busque atacar ideias não pessoas…

Não existe problema algum em denunciar os falsos mestres, na verdade é um dever de todo cristão fazer isto, para evitar que mais pessoas sejam enganadas por eles, mas antes de condenar tenha certeza que são falsos mestres ou hereges, analise bem, ou como está escrito “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24), tenha certeza que alguém é verdadeiramente um herege, antes de tratá-lo e denunciá-lo dessa maneira, caso contrário eu diria que é melhor “segurar sua língua” antes de fazer algo, pois você pode tratar de maneira equivocada um irmão em Cristo e tenho certeza que você não quer arcar com as consequências deste ato…

É importante ressaltar aqui é que por mais que “visualmente” você não tenha partido para uma agressão, é possível que “espiritualmente” no mundo “invisível” aos olhos normais você possa ter feito não somente isto, mas até chegado ao ponto de matar seu irmão, “Toda pessoa que odeia seu irmão é homicida; e vós sabeis que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo.” (1 Jo 3:15), o simples fato de odiar um irmão te torna um assassino!, os defensores do “não julgueis” fazem isto em uma falsa interpretação de Mateus 7, mas aqueles que julgam de qualquer maneira estão tão errados quanto, na verdade as consequências podem ser até mesmo piores!, ouça bem o conselho do escritor de provérbios, antes de agir “ouça”, e tenha certeza que aquele que você está condenando é realmente “culpado” de alguma coisa, caso contrário é melhor aplicar um princípio que vem do Direito, “IN DUBIO PRO REO”, ou melhor dizendo, Na duvide julgue em favor do réu, pois da mesma maneira que você julga, também será julgado, agir com misericórdia, é algo bom para recebermos misericórdia, e o oposto também é verdade, julgar e condenar alguém sem ter certeza disto, pode nos levar a recebermos o mesmo tipo de condenação, isto não somente pode ser uma grande vergonha para nós, mas eu diria que as advertências de Mateus e João citadas anteriormente não são brincadeira.

Devemos lutar e defender a justiça, viver e pregar a Palavra de Deus, devemos pregar em tempo e em fora de tempo, e com isto iremos ter em diversos momentos embates com os falsos mestres, mas julgue com diligência, antes de falar, escute, muitas vezes melhor é defender a verdade, do que atacar a mentira, para evitarmos uma percepção errada das coisas, e acabarmos atacando irmãos na fé, nossos irmãos, podemos acabar entrando em embates desnecessários como foi o caso dos ogros e Rimuru, em nossas relações com nossos irmãos devemos agir com amor, podemos exortá-los quando estão errados, e até mesmo confrontá-los como Paulo fez com Pedro, porém, sem partir para agressões verbais desnecessários, lembre-se sempre que somente Cristo é perfeito, e que inclusive você é falho(a) e pode errar e falhar em algum ponto, não se torne um “assassino” de irmãos na fé, infelizmente muitos atacam o que chamamos na Teologia de “Espantalhos” que seriam caricaturas criadas de uma falsa interpretação da opinião e fala do outro (algo muito parecido com que os Ogros fizeram, pelo simples fato de Rimuru usar uma máscara, pensaram que ele tinha alguma coisa a ver com individuo mascarado que era aliado dos Orcs, ou seja, uma falsa interpretação da realidade), e assim muitas vezes condenam de maneira equivocada um irmão em Cristo, nossa visão infelizmente é falha, podemos facilmente criar uma falsa interpretação do que estamos vendo, e assim considerar inimigos aqueles não o são...

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